“O tempo abre as portas a quem sabe esperar”: usos do passado e embates do presente no percurso da exposição realizada na Penitenciária de Florianópolis (SC)

The Penitentiary in Florianópolis was inaugurated in 1930, in an area considered far from the urban center, soon absorbed by a residential neighborhood. Since 1980, leaks and rebellions began to frighten residents, making the transfer of the Complex a constant demand. In contrast, this discussion highlights the emergence of memory as one of the concerns of contemporary political and cultural, because a portion of the population gives historical significance to the place, this speech corroborated by some detainees, asked to think about the proposal to make the old one Penitentiary museum. This discussion led to Memory Space Prison (2011). This communication addresses the challenges faced in making this space field of Cultural Heritage stage of discipline, the course of history UDESC, proposing to safeguard part of the collection and organization of a small exhibition, titled The time opens the door to maybe wait (2012), which covers a period going from 1930 until 1970. The past administration of this brings up a time that prisoners and community had a very close interaction, evidenced by images of events and tournaments that marked the Week of Sentenced, banned in 1986, when there was the greatest rebellion of State. Entering this marginalized space, make him a training field for historians in training, to create an exhibition that comes from another time, where other relations were possible, encourages reflection about new uses of the past. Can this past mediated performative and pedagogical techniques of history reverberate in society, contributing to humanizing strategy? To what extent the administration of this past can provoke reflection and raise awareness about the critical paths of the penal system? Are some issues to perscrutadas.A Penitenciária de Florianópolis foi inaugurada em 1930, em uma área considerada longe do centro urbano, logo absorvida por um bairro residencial. A partir de 1980, as fugas e as rebeliões passaram a amedrontar os moradores, fazendo da transferência do Complexo uma demanda constante. Em contrapartida, tal discussão evidencia a emergência da memória como uma das preocupações políticas e culturais da contemporaneidade, pois uma parcela da população confere importância histórica ao lugar, discurso este corroborado por alguns detentos, convidados a pensar sobre a proposta de tornar a velha Penitenciaria um museu. Tal discussão deu origem ao Espaço Memória da Penitenciária (2011). A presente comunicação trata dos desafios enfrentados ao tornar este espaço campo de estágio da disciplina Patrimônio Cultural, do curso de história da UDESC, propondo a salvaguarda de parte do acervo e a organização de uma pequena exposição, intitulada O tempo abre as portas a quem sabe esperar (2012), a qual abrange um período de vai de 1930 até 1970. A administração deste passado traz a tona um tempo em que presos e comunidade tinham uma convivência muito próxima, evidenciada através de imagens de eventos e torneios que marcavam a Semana de Sentenciado, proibida em 1986, quando ocorreu a maior rebelião do Estado. Entrar neste espaço marginalizado, fazer dele um campo de estágio para historiadores em formação, criar uma exposição que trata de um outro tempo, onde outras relações eram possíveis, incita a reflexão a respeito dos novos usos do passado. Pode este passado mediado pelas técnicas pedagógicas e performativas da história, reverberar no social, contribuindo como estratégia humanizadora? Até que ponto a administração deste passado pode provocar a reflexão e despertar a consciência critica sobre os rumos do sistema penal? São algumas questões a serem perscrutadas